sexta-feira, 3 de outubro de 2025

O cais da saudade

Foto da minha autoria. Ribatejo


 Virei o cais da saudade
E fiquei à tua espera
Como se o tempo parasse
E corresse a Primavera 

Como se este meu sentir 
Ainda fosse sonhar 
Que tiveste que partir 
Mas que agora vais chegar 

Como se neste meu peito 
Ainda houvesse lugar 
Com espaço e com direito 
De viver o verbo amar 

Como se toda a amargura 
Que habita dentro de mim
Se transformasse em ternura 
E nela abrisse um jardim

Como se a escuridão 
Que antecede o meu dia
Varresse por compaixão 
A minha alma sombria 

Virei o cais da saudade 
P'ra chegar à conclusão 
Que por destino ou maldade
Saudade não tem idade
E o meu sentir também não. 




16 comentários:

Janita disse...

Felizmente, vais aparecendo de vez em quando para nós matarmos a saudade dos teus lindíssimos versos, querida Rosa Maria.
E que beleza esse pôr-do-sol ribatejano! Pena foi essa antena da NOS, creio, tirar-lhe algum encanto. Coisa pouca.
Um grande e saudoso abraço.
Beijinhos, também

Tomás B disse...

Reapareces para dejarnos un poema de sensibilidad y belleza.
Me encanta tu foto.

Saludos.

Anónimo disse...

Espetacular. Uma alma bonita exposta de maneira perfeita. Parabéns. Bjinhos

Jaime Portela disse...

Há coisas pelas quais sentiremos sempre saudade...
O teu poema é sofrido, mas magnífico.
Tem uma boa semana.
Beijos.

Teresa Isabel SIlva disse...

Muito bonito, os meus parabéns!

Bjxxx,
Pinterest | Instagram | Subscreve a nossa newsletter

manuela barroso disse...

Quanta saudade dos seus poemas tão musicais em que o ritmo nos convida a sorrir e ler de novo !
Obrigada Rosa Maria , sempre que possa uma visita é uma alegria . Tão bom ter de novo amizades “maduras “ isto é daquela que nunca de esquece
Que tudo esteja a correr mansamente como o seu outono
Um terno abraço !

Duarte disse...

Rosa Branca, vir até aqui e deparar com teu profundo sentir poético, com toda essa carga de sentimentos, faz-me sentir BEM. Não deixes de o fazer.
Essa saudade que tão bem expressas só nós a podemos sentir, não existe noutro idioma. Uma maravilha!
Beijos

Linda's Relaxing Lair disse...

Lovely poem. Warm greetings from Montreal, Canada ❤️ 😊 🇨🇦

Marli Soares Borges disse...

Olá, Rosa!
Primeira vez aqui no teu blog e simplesmente me deliciando. Muito lindas as tuas postagens. "O cais da saudade" (que acabei de ler e reler) é de um lirismo todo especial. Adoro quadras e fiquei maravilhada ao ler as tuas! Simplesmente perfeitas! E a foto ficou um arraso. Parabéns!
Bjs, Marli

Mona Lisa disse...

Belíssimo poema, abordando a saudade, sentimento que vive comigo.

Beijinho e ótimo dia, amiga.😘

Daniela Silva disse...

Há textos que tocam fundo e nos levam de volta aos portos da alma… Este é um deles. A tua escrita tem uma serenidade e uma melancolia que abraçam o leitor. Que beleza de sentimento, tão puro e nostálgico. 💜

Com carinho,
Daniela Silva
https://alma-leveblog.blogspot.com

Convido-te a visitar o meu cantinho também 🌷

Aleatoriamente disse...

Querida Rosa,

Que poema mais delicado e cheio de música interior. Há nele o ritmo doce da saudade e a maturidade de quem sabe que o tempo não apaga o sentir apenas o transforma. Cada verso é como uma maré que vai e volta, levando um pouco da dor e trazendo de volta a esperança de que ainda é possível florir.
Gostei especialmente deste trecho:
“Como se toda a amargura / que habita dentro de mim / se transformasse em ternura / e nela abrisse um jardim.”
É o que a verdadeira poesia faz converte ferida em flor, ausência em entrega, silêncio em gesto de amor.
Tua escrita tem esse dom raro de tocar o coração com suavidade e verdade.
Obrigada, querida, pelo carinho e pela presença no meu blog. É sempre uma alegria encontrar palavras tão cheias de poesia como as tuas.

Com afeto,
Fernanda

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Rosa.
A saudade, essa companheira de viagem que sempre nos acompanha. É bom termos saudades das coisas boas da vida.
Gostei de ler-te, estimada amiga.

Grato, pela visita e gentil comentário.

Beijinhos, e um bom fim de semana com tudo de bom.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

SOL da Esteva disse...

Bem-vinda ao Cais da Saudade
Aonde vens aportar.
Em muito boa verdade
És convidada a ficar
E não mais te ausentar.


Um Poema de excelência num regresso que trás alegrias ao coração.
Bem-vinda, Rosa-Branca.


Beijo,
SOL da Esteva

Juvenal Nunes disse...

Há sempre uma esperança na espera.
Se nem tudo são rosas nem tudo está perdido.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

Andradarte disse...

Obrigado pela sua visita e suas palavras. Agora apareço menos,,,,
ando mais pelo Instagram....
Abraço e sucesso