segunda-feira, 27 de julho de 2020

Há um mar





   Há um mar de nostalgia
Na praia do meu sentir
Com ondas de agonia
Que não me deixam fugir

Há palavras magoadas
Gritos de reprovação
Com sonoras gargalhadas
De desdém de humilhação

Gentilezas e ternura
Só para aos outros mostrar
Uma dose de doçura
Que nunca teve p'ra dar

Máscaras de compreensão
Transpirando hipocrisia
Pintadas de compaixão
Em tela negra sombria

Atestados de estupidez
Passados a toda hora
Loucuras de quando em vez
Onde o bom senso não mora

Há um mar onde a saudade
Escava dentro de mim
Para enterrar a verdade
Um clima de falsidade
Numa mentira sem fim