sábado, 28 de janeiro de 2012

DESFOLHEI

Desfolhei um malmequer
P'ra quando chegasse ao fim
Me dizer se em meu jardim
Algum lírio ainda me quer

Fiquei sem nada saber
Pois essa bendita flor
Não me quis dar o prazer
Do nome do meu amor

Desfolhei a alvorada
As estrelas e a lua
Na esperança que a caminhada
Me levasse à tua rua

Perdi-me no desfolhar
E a escuridão foi tal
Que fui desfolhar o mar
Para sentir o teu sal

Fiquei com o sal da loucura
Intensa e adocicada
Com sabor a madrugada
Vestida da tua ternura 

O meu sentir desfolhei
Com medo de tanto ardor
Porque agora já não sei 
Se os beijos que eu te dei
Ainda os guardas amor.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

TENHO...ONDE...


Tenho um poeta escondido
Num lugar onde ninguém
Tem acesso permitido
Mesmo a pedir não o tem

Num lugar onde a saudade
Se tranforma em nostalgia
A mentira em verdade
E a tristeza em alegria

Onde a noite faz viver
A maldita amargura
E a vai fazer perecer
E transformar em ternura

Onde o mar se vai estender
A suspirar com ardor
Que chegam até a nascer
Lindos poemas de amor

Onde o brilho do luar
Mesmo através da vidraça
Vem beijar-me esse lugar
Em cada noite que passa

Tenho um poeta ao abrigo
Da alma com muito ardor
Para cumprir o castigo
De ser poesia comigo
E o meu poema de amor.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ANDA!...VEM!...

Olhei o céu de mil cores
Por entre a nuvem franzina
E vesti-me das flores
De quando era menina

Vesti a saia rodada
Feitinha toda de chita
E então rodei desvairada
Para ficar mais bonita

Queria ser a princesa
Da mãe que nunca lá estava
Mas era a realeza
Da avó que me adorava

Fiquei só e vi no frio
Que não importava a cor
Ou vestia com a dor
Os das lágrimas do meu rio

E quando estava ao luar
Desenhava sempre em mim
um vestido cor de jasmim
Com estrelas a brilhar

É tarde mas com certeza
Pode até ser que um dia
Alguém me chame princesa
Como eu tanto queria

Anda! Vem! vestir-me enfim
Com o tecido do ardor
Pois teus olhos de cetim
Quando olham para mim
Me vestem sempre de amor.