terça-feira, 10 de agosto de 2010

TEMPO



Tempo que habitas em mim
Só p'ra me fazeres esperar
Corróis-me a alma, no fim
Meu tempo não vais matar

Cantas nas horas sombrias
De manhã e ao entardecer
Choras pelas alegrias
Só p'ra me fazeres sofrer

Passas por mim passo a passo
Distante e sem me olhar
Tens medo que meu desembaraço
Te obrigue tempo a passar

Ficas parado no tempo
A sentir a brisa no prado
Não vês que é meu tormento
Estares tanto tempo parado

Mas tenho que te apressar
Porque o que quero e anseio
É tão grande que receio
A tempo eu não chegar

Anda, corre com fulgor
Quero-te breve e assim
Para eu vêr o meu amor
Depois de passares por mim.

14 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

O tempo não para e não volta. Não temos tempo a perder, a felicidade não espera.
Beijos

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida amiga
O tempo não volta realmente.
Deixo um beijinho com carinho

Sonhadora

Jorge Teixeira da Costa disse...

Gosto da sua poesia.
Ficar bem.
Beijos
Joege.

RENATA MARIA PARREIRA CORDEIRO disse...

Olá, minha Rosa. O tempo não volta, mas há o que se recordar. E tampouco pára. É preciso viver. E amiga é sábia! Beijos e muito obrigada. É uma das poucas.

Eu não tenho a alma covarde*

Emily J. Brontë


Eu não tenho a alma covarde,

Pois frente aos vendavais, eu nunca tremo:

O Paraíso brilha, arde,

Como a fé, pela qual eu nada temo.


Deus, meu peito Te abrigou.

Deidade poderosa e onipresente!

Vida – que em mim repousou.

Como eu – Vida Imortal – em Ti, potente!


Movem-nos o peito em vão

Mil credos que não são mais do que enganos;

Sem valor, brotos malsãos,

Ou a ociosa espuma do Oceano,


A pôr dúvidas num ente

Pego assim pela Tua infinidade;

Preso tão seguramente

Na firme Rocha da imortalidade!


Com o amor de um grande enleio

Teu espírito o tempo eterno anima,

Para cima e de permeio,

Muda, apóia, dissolve, cria e ensina.


Se a Terra e a lua findassem,

Se não houvesse sóis nem universos,

E se, só, Te abandonassem,

Haveria existência em Ti, por certo.


A Morte não tem lugar,

Nem pode um único átomo abater:

És o Sopro mais o Ser,

Nada pode jamais Te exterminar.[1]




® Renata Cordeiro


[1] Este poema é considerado um dos “maiores da língua inglesa” e foi o último que Emily escreveu, em 1846, aparentemente num momento de grande inspiração. Nele, há a sagrada presença do Divino, uma força que dá vida e guia toda a evolução e o destino. O 4.a verso da 5.a estrofe mostra como a Natureza trabalha na transformação universal: “Muda, apóia, dissolve, cria e ensina”, uma descrição perfeita da evolução cíclica do mundo, o seu começo, a sua manutenção, em seguida, a sua dissolução, para voltar a ser criado e construído. Já a estrofe seguinte, fala-nos de sóis e universos, conceito maravilhoso e surpreendente: o do Espaço em si. Depois, nos últimos versos: A Morte não tem lugar,/Nem pode um único átomo abater, Emily alia o pronunciamento científico ao metafísico: És o Sopro mais o Ser,/Nada pode jamais Te exterminar. Há livros de filosofia em que isso é formulado, mas, às vezes, o brilho de um lampejo poético pode ser o farol que traz não só o esclarecimento, mas também a realização. (interpretação holística)

Andradarte disse...

'Não vês que é meu tormento
Estares tanto tempo parado'

Para a frente,é o caminho

Beijo

Braulio Pereira disse...

minha querida amiga
rosa do meu jardim
a vida duas vezes vivida
sábios os que vivem assim


beijo flor!!

franciete disse...

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_______________(▒)Eu sou como o jardineiro
todos os dias rega suas florinhas para que elas brilhem e deixem seu perfume em nosso coração.

vieira calado disse...

Os diálogos com o Tempo,

caríssima,

são sempre muito complicados.

O que é verdadeiramente o tempo?

Beijocas

Nilson Barcelli disse...

O amor nunca deve deixar passar o tempo...
Belo poema, gostei imenso das ttuas palavras.
Um beijo.

Luna disse...

Lindo poema ao tempo, por vezes me pergunto se passamos pelo tempo ou ele passa por nós, pois julgo que o tempo é projecção da nossa mente e ele nem existe
Bj

sonho disse...

O tempo...cruel para quem espera...rapido para quem está feliz...
Beijo d'anjo

joaquim do carmo disse...

Em saboroso passeio por meus leitores mais fiéis, aqui deixo um beijinho muito grato pela sua presença e pelos simpáticos comentários durante a minha ausência.
Parabéns por estes versos que, apesar do tempo, cantam "o tempo"!

Maria Soledade disse...

Linda,eu não consigo definir o tempo...apenas me dou conta que deixei escapar no tal "tempo" certo a juventude que não volta,as palavras que deviam ter sido ditas e que não foram ,a felicidade a penso tinha direito e não vivi, e, hoje não posso dizer, não posso pedir:Tempo volta p'ra trás...porque ele não me ouve, não se comove, nem está disposto a dar-me uma segunda oportunidade...

Só sei que esse aí, o tal do "tempo" escorrega por entre os dedos sem que demos conta...faz ouvidos moucos a um: Pára aí um pouco,não corras, será que não te cansas?!...

Beijinhos minha Rosa Linda

****Adorei o teu poema

franciete disse...

Minha querida cadê você, tenho saudades da sua presença linda como a luz do sol sempre com muito carinho .
Só espero que esteja bem onde quer que esteja, beijinhos de luz