sábado, 30 de outubro de 2021

Um dia!


UM DIA!

  Um dia mãe, perto do céu
Do alto d'um acipreste
Eu vou colher desse véu
Os beijos, que não me deste 

Um dia, serei dilema
À deriva no teu ser
Ou serei só um poema
Que nunca conseguiste ler

Um dia, seguirei meus passos
Sem dor nem obrigação
E vou recolher abraços
Que sejam de coração
 
Um dia, eu vou ser morte
Tão mascarada de vida
Que a minha própria sorte
Não se dará por vencida
 
Serei rosa branca esquecida
Dilema sem solução
Neste areal que é a vida
Que nos escapa da mão
 
Mas se eu nunca conseguir
Ser eu mesma de verdade
Então eu irei subir
E como flor vou abrir
Na colina da saudade.