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Um dia mãe, perto do céu
Do alto d'um acipreste
Eu vou colher desse véu
Os beijos, que não me deste
Um dia, serei dilema
À deriva no teu ser
Ou serei só um poema
Que nunca conseguiste ler
Um dia, seguirei meus passos
Sem dor nem obrigação
E vou recolher abraços
Que sejam de coração
Um dia, eu vou ser morte
Tão mascarada de vida
Que a minha própria sorte
Não se dará por vencida
Serei rosa branca esquecida
Dilema sem solução
Neste areal que é a vida
Que nos escapa da mão
Mas se eu nunca conseguir
Ser eu mesma de verdade
Então eu irei subir
E como flor vou abrir
Na colina da saudade.